sábado, 5 de dezembro de 2009

O Trigo da Vida


Abro esse texto com essa linda paisagem de uma plantação de trigo. Dizem que o trigo representa a vida, e vida é tudo que mais quero. Não essa vida medíocre na qual perambulo de um lado para outro, sem encontrar um destino ou mesmo uma razão de ser. Mas, uma vida plena, inteira. Não apenas de dores, mas de dores e alegrias; não apenas de momentos de solidão, mas de solitude e compartilhamento. Onde o desespero não reine absoluto, mas que, sendo inevitável, não me faça perder a esperança. Quero uma vida que me permita sonhar. Que me permita amar. Que me faça sorrir. Quero ser feliz.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vazio

Tudo que restou foi um frasco de perfume vazio.
O cheiro ainda se mistura às lembranças.
E devolvem esperanças de dias melhores.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mudanças

Quanto tempo dura uma fase? Um mês, um ano?
Quando é uma fase feliz, um ano parece pouco.
Quando é o contrário, um mês parece uma eternidade.
E, lá se vão três anos de dias difíceis, de turbulências e pouca paz.

Um dia você acorda e tudo parece fora do lugar. Começamos a desejar que tudo se transforme para sairmos da mesmice, ainda que a mesmice não seja lá tão ruim. Às vezes não sabemos ao certo o que queremos, sabemos apenas que queremos mudar. É um desejo latente.

O que era ruim passa a ter seu valor. Sentimos saudades até dos momentos que despresamos. Que nostalgia!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma noite de insônia

A noite passa e o sono não vem.
O pensamento voa, alternando entre lugares comuns e fantasias.
Não encontro em minhas memórias o acolhimento que anseio.
Não tem saída.
Daqui a pouco o dia amanhece e já estou pensando em como irá terminar.

Mais uma vez

Fiz, sem saber que a sinceridade era um atrevimento.

Ditado chinês

"Antes a angústia da procura que a paz da acomodação."

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pessoas e Pessoas

Alguns cospem em nossa cara.
Outros nos afagam, confortam e libertam.
É sempre aprendizado.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Desapego

Quero o desapego do que é puramente desejo do ego.
Quero um recomeço. Quero outra cidade, ou país, ou planeta. Quero me reencontrar e me reconstruir em bases sólidas.
A essa altura, pode ser tarde para mudar o rumo de uma vida. Mas, pode não ser tarde quando o verdadeiro objetivo é a felicidade.
Tenho uma barreira a transpor.
Estou no meio de uma floresta extensa, densa e fria. Por trás dela pode ter um abismo ou uma montanha, mas isso não me dar medo. Minhas expectativas do novo são maiores.
Quero o meu jardim.

domingo, 2 de agosto de 2009

Meu amor

Onde estará o meu amor?
Quero abrir um sorriso. Quero compartilhar. Quero doar.
Não demore meu amor!
E, quando chegar, não tenha pressa.

sábado, 1 de agosto de 2009

Liberdade

"Liberdade significa a capacidade de agir guiado pela alma, e não compelido por desejos e hábitos. Obedecer ao ego leva à escravidão; obedecer à alma leva a libertação".

Paramahansa Yogananda

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mulher

A tanto adormecida, desacreditada, negligenciada.
Não se permitia.

Se bastava ou achava que não merecia.
Milhares de culpas.
Mil desculpas e justificativas.
Para revelar o que não existia.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Movimento

Minhas angústias são traidoras, tolhem a minha alma.
Meu coração está doente, carente, dormente.
Quero amor, quero todo amor que mereço.
Quero amar, incondicionalmente.
Quero preencher esse vazio. Ficar em movimento.
Nada de pressa, mesmo com a força do tempo batendo a minha porta e implorando urgência.

Quero viver intensamente cada passo.
Quero me entregar à vida, de coração aberto, sem medo, sem feridas.

domingo, 12 de julho de 2009

Do livro “Quando Nietzsche Chorou” de Irvin D. Yalom.

“Invejam minha vida, mas eu a abomino. Abomino sua mesmice e previsibilidade. Abomino tanto que, às vezes, vejo minha vida como uma sentença de morte.”

“Amamos mais o desejo do que o ser desejado.”

“... Minha solidão não tem nada a ver com a presença, ou ausência, de pessoas”.

“Tenho outras canções que precisam ser cantadas. Minha mente está prenhe de melodias.”

“Para se relacionar plenamente com outro, você precisa primeiro relacionar-se consigo mesmo. Se não conseguimos abraçar nossa própria solidão, simplesmente usaremos o outro como um escudo contra o isolamento.”

Morremos para continuar vivendo.

Laços desfeitos, amores perdidos, corpo doente. Morremos aos poucos, um pouquinho a cada dia, ou subitamente, como se um punhal atravessasse nossa alma.
É um processo doloroso, de superação, de coragem, de resignação. Fazemos uma viagem profunda dentro de nós mesmos, reconhecendo-nos e surpreendendo-nos.
Desprendemo-nos de coisas, de pessoas e de antigos conceitos. Assumimos um novo posicionamento diante de velhos fatos.
Morrer em vida é necessário, é a recriação do que já foi criado – nos fortalece.
Experimentamos sentimentos ambivalentes de dor e alegria, de frustração e esperança, de medo e de uma força incomum que nos leva ao crescimento.
É um recomeço. É pegar seu livro em branco e escrever uma nova história.
Perdemos para ganhar, morremos para continuar vivendo.
E assim, a vida continua... Novas lições... Novos amores... Novos conceitos.

Saudade!

Tão distante e tão perto.
Queremos ouvir e queremos falar.
O coração fica apertado, as lágrimas rolam.
As alegrias que perdemos. Os momentos que poderiam ter se estendido um pouco mais.
Apenas as lembranças.

Saudade de quem precisou ir e saudade de quem não quis ficar.

domingo, 14 de junho de 2009

Escolhas



Com quantas escolhas se faz uma vida?
Às vezes elas são banais, quase óbvias. Às vezes dificeis e definitivas, determinam toda uma existência. Li uma frase (não sei quem é o autor) que dizia: "a vida é uma estrada sem acostamento". Uma escolha errada pode ser crucial. Como não errar nessa estrada sem acostamento, onde tudo é dinâmico, urgente? Devemos nos concentrar na escolha ou na renuncia?
Nosso presente é fruto de uma escolha que pode ter sido feita ontem ou em um passado longínquo.

Qual terá sido a escolha "D" que me trouxe a esse lugar? Como teria sido a outra opção?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Onde anda você?



E por falar em saudade, onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza, onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio da noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares, que apesar dos pesares
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você.

Autor: Vinícius de Moraes


I miss you so much Mr. Jones!!!

Sinceridade ou sincericídio?

Até hoje nunca me fez falta não saber por quer a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. Mas, saber quando e com quem podemos ser sinceros, ou quando uma atitude sincera pode se transforma em um sincericídio, já me fez passar por algumas "saias justas" e me criou alguns problemas e prejuízo. Às vezes, a diferença entre essas duas atitudes é bem tênue, pode até nos passar despercebido. Às vezes, é critante, quase palpável, e ficamos com aquele sorrisinho amarelo no canto da boca, tentando consertar o que não tem conserto. Afinal, palavras ditas não voltam atrás.
Aprendemos com nossos pais, desde criancinhas, que é feio mentir, que a verdade deve prevalecer sempre. Mas, nos dias atuais, levar essa máxima ao pé da letra é quase um crime. É um atentado à nossa boa convivência em sociedade (hipócrita, diga-se de passagem!).
Quanta verdade estamos preparados para receber ou suportar com dignidade?
Em muitas situações, podemos optar pelo silêncio. Mas, e naquelas situações em que somos "intimados" a emitir nossa opinião! Devemos mentir, mesmo quando a verdade nos parece a única resposta coerente?
A sociedade está nos transformando em meros marionetes, onde, não precisamos ser honestos, basta parecermos ou fingirmos ser honestos.
Viramos "mulher de César".

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Medo



Sempre fui corajosa. Já enfrentei muitas "barras" sozinha, com muita coragem e determinação.

Ultimamente tenho tido muitos medos. Medo de não saber amar. Medo de não saber ser amada. Medo do desconhecido e do que existe dentro de mim. Medo de construir relações e medo de não construir-las. Medo de tentar e fracassar, e medo de sentir culpa por não tentar. Medo de arriscar, ainda que não tenha nada em jogo. Medo de não consegui realizar meus desejos mais verdadeiros, ainda que sigelos. Medo da imprevisibilidade do futuro. Medo de viver muito e não ser feliz. Medo da solidão. Medo da paralisia provocada pelo medo.

Não tenho medo da morte, tenho medo da dor.
Tudo que não é alegria é dor. Toda dor é sofrimento.
Tenho medo de sofrer.

domingo, 7 de junho de 2009

O barquinho



Dia de luz
Festa de sol
E um barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão e o amor se faz
Num barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar e o sol
Beija o barco e luz
Dias tão azuis

Volta do mar desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
É a vontade de cantar
Céu tão azul ilhas do sul
E o barquinho, coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz, tudo isso traz
Uma calma de verão e então
O barquinho vai
A tardinha cai
O barquinho vai...

(Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli)

Pontão do Lago


Lá o sol se põe devagar
Sem pressa
Espera a noite chegar
A luz reflete no lago
Um pouco mais de magia
Celebra a beleza do dia
Pássaros voam, cantam felizes
Há uma dança
Uma criança
Esperança
Busca nas lembranças a vida
A saudade do lar
Timidamente, a lua vem visitar
A noite no bar
Para comemorar
O breve momento
O amor vai chegar.